sábado, 20 de agosto de 2011

Sebastião

Sebastião: um caso quase social.

“A diferença entre um poeta e um louco é que o poeta sabe que é louco...Porque a poesia é uma loucura lúcida”
Mário Quintana

Não sou crítica literária/cultural, mas quero falar um pouco sobre o espetáculo teatral que vi neste fim de semana. Sábado, após retornar de Cachoeira, em viagem cultural com meus colegas professores, fui ver a peça Sebastião, que faz parte do Festival de Teatro patrocinado pela Vivo, Vivo encena.
O espetáculo é baseado numa tragédia ocorrida no município de Dias D’Ávila, num lugarejo denominado “Maracangalha”. Após a queda de um avião, contendo 5,6 milhões de reais, os moradores das áreas circunvizinhas saqueiam os destroços do monomotor em busca do dinheiro, sequer se preocupam se há cédulas misturadas entre as vísceras dos passageiros.
O conflito está no fato de que os moradores passam de perseguidores a perseguidos. Explico: Por “roubarem” o dinheiro que havia no avião, os moradores são perseguidos por policiais e pseudopoliciais, o que torna suas vidas um inferno.
            Dentre estes moradores está Sebastião, um cearense que passa por sérias dificuldades financeiras. Ele é casado, viciado em jogos de azar, e ainda está desempregado. Vários moradores são presos, mas Sebastião ficou preso mais tempo que os demais e sofreu bons bocados.
Parece uma tragédia. E é uma tragédia. Entretanto o texto é fluido, mas também é denso, quando é para ser denso, e leve quando é para ser leve. A caricatura de cada personagem/morador proporciona ao texto momentos muito descontraídos. Cada morador vai se desnudando à medida que se apossa do dinheiro. Embora a peça seja um monólogo, em determinados momentos você tem diversos personagens. E Só vendo o espetáculo para entender o que estou falando.
O ator é impecável, o jogo cênico é perfeito, a luz é simplesmente um divisor de águas. Usar uma laranja aberta para representar o Sol e a Lua foi uma ideia no mínimo inusitada. Ou seja: o cenário está em nossa imaginação, mas o trabalho de Fábio Vidal é simplesmente completo. Fiquei pensando que ele é autor, ator e diretor. Demais!!!
                                                                                                              Ana Ramos

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