Esta semana fomos convidados pela ONG Thydewá, que tem um projeto em parceria com a Cardim Projetos, patrocinados pela OI, para assistir a um documentário que retrata como indígenas de várias etnias estão utilizando a tecnologia para troca de informação e aprendizado. O curta-metragem teve lançamento nacional no Oi Futuro em Ipanema, no Rio de Janeiro, dia 19 de abril.
No curta-metragem, integrantes de várias nações indígenas, como a Tupinambá (BA), a Pataxó Hahahãe (BA) e a Pankararu (PE), relatam como celulares, câmeras fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a internet vêm sendo ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e nas relações destas com o mundo globalizado.
O filme aborda a necessidade do povo indígena de se expressar para o mundo e mostra como várias tribos dialogam entre si, conhecendo umas a realidade das outras. Uma espécie de “link” entre a tecnologia e a manutenção das tradições, permitindo a inserção dos índios no mundo globalizado, mas, principalmente, deixando que eles sejam protagonistas de sua própria história. “Os índios apelidaram os computadores conectados à internet de ‘arco digital’ porque é assim que eles agora desejam ‘caçar’ a conquista dos seus direitos territoriais, de saúde, educação e de cidadãos do Brasil”, enfatiza Sebastián Gerlic, idealizador e diretor do documentário.
Nos 26 minutos de filme (cortados a partir de 15 horas de filmagens), é possível conhecer, por exemplo, a história da cacique Jamopoty, uma das primeiras mulheres alçadas ao cargo de cacique no Brasil. Ela é a líder dos Tupinambá, povo que teve seu reconhecimento étnico em 2002, após estudos da Funai. Jamopoty representa seu povo diante do Governo, fala um pouco da realidade deles e diz como a tecnologia tem ajudado os índios. "A inserção digital permite a valorização social das minorias, fazendo com que os povos indígenas resgatem e preservem suas tradições e fortaleçam suas etnias”, analisa Maria Arlete Gonçalves, diretora de Cultura do Oi Futuro.
Nos dias 13 e 14 estivemos na Sala Walter da Silveira para assistir, respectivamente: “A Marvada Carne” e “Negação do Brasil”. Para fechar nossas saídas culturais, aceitamos o convite do pessoal da ONG Thydewá e do Dimas e participamos da exibição do curta e do debate sobre o tema do filme: inclusão digital entre indígenas.
A Sala Walter da Silveira, que tem capacidade para 170 pessoas, recebeu-nos com atenção especial, pois a diretoria do DIMAS realiza um projeto de Formação de Platéia, que visa promover o acesso de alunos de escolas públicas às salas de cinema.
Nesta mesma tarde vimos também o curto Açaí com Jabá e percebemos que os estudantes estão buscando valorizar mais a cultura nacional. Sem querer ser barrista, devemos antes valorizar a nossa produção cultural, para em segundo momento conhecer outras culturas.